Pallando
seguiu até a sala do Trono de Erebor, para conversar com Thorin conforme
prometeu. Encontrou o Rei submerso em pensamentos encarando-o e assim, começou
a falar:
- A Palantir que Allatar encontrou e assim criou a conexão com
Morgoth, eu consegui recuperar como sabe. Porém, há seis dias Rei Anão, eu quis
observar pela Palantir, a fim de encontrar respostas, porém, até um Mago erra,
e fui ignorante na tentativa de observar a pedra, pois ela está impregnada pelo
mal. E nesta maldade, Melkor me consumiu, como se minha alma fosse para uma
prisão de vidro e acredito que enquanto lá estive, foi quando o Balrog atacou a
montanha. - dá um sorriso em meio ao leve desespero - mas afinal, de que serve ser um mago se não
conseguir dominar e manipular chama imperecível e a matéria de Ea. - fica
pensativo e continua - e assim, me
libertei daquela condição, retornando ao meu corpo e cheguei ao local da
batalha. Mas alguma
coisa que queira saber Rei Thorin? Ou podemos descansar e partir para Gondor?
- Obrigado pela explicação meu caro amigo. Espero que possamos
unir a força de meu povo com os outros e que seja o bastante para livrar toda a
terra média das trevas que estão vindo. - levanta-se e vai ate Pallando, e lhe da um
abraço - Fico feliz que esteja vivo e conosco.
Neste
instante um dos soldados de Thorin entra na sala do trono.
- Meu rei, todos já estão prontos para partir. Aguardamos suas
ordens.
- Agradeço guarda Bhelen, escolha alguns de meus melhores homens
para permanecer em Erebor e mande outra guarnição para Vale, pois temo que haja
algum ataque para nos surpreender então devemos estar preparados.
Com isto o
guarda volta para os soldados e Thorin vai se preparar, com a ajuda de alguns
soldados coloca sua cota de malha feita de mitril, e coloca sua armadura
dourada de Rei, com o escudo de sua linhagem esculpida no peito, pega dois
machados e a espada Fend-orc e vai ate o grande salão onde seu soldados estão.
- Homens hoje iremos marchar rumo a Gondor onde o Elessar nos
aguarda, marcharemos lado a lado com os homens e os elfos e iremos proteger não
apenas nossa querida Erebor e sim toda a terra média. Juntos iremos lutar ate a
morte se preciso para proteger tudo aquilo que amamos. - E assim todos os homens
se afastaram abrindo caminho para o Rei sobre a montanha passar. E todos
partiram em direção a Gondor.
A ferida tóxica promovida pela fumaça da
escuridão começou a afetar toda região lombar de Radagast, o castanho,
impedindo-o de caminhar por muito mais tempo. O sol foi caindo pálido e frio
pelo oeste e ao sinal das estrelas que começavam a se formar anunciando a
chegada da noite, uma sombra também se aproximou do mago.
Sua boca
estava seca... Sua pele queimando em febre e diante disso, com gosto de mato na
boca, Radagast pôde observar alguns pares de olhos vermelhos... Se
aproximando... Então tocaram o mago.
Estes eram
seres tumulares, por muito tempo habitaram os pântanos mortos, mas com o
crescimento do novo mal, eles se levantaram e foram destruindo todos os
enfermos que encontravam. Seu contato promove o toque glacial, onde quem o
sentir perde suas forças e é chamado para o vazio da morte. Tudo estava
turvo e desconexo.
E das
sombras surge uma luz... Uma luz mais forte que a própria lua naquela noite...
E com ela uma canção... E com esta canção... Feixes de luz... Hora violeta...
Hora azul. Radagast poderia estar delirando... Seria a febre? Que fumaça
poderosa foi aquela?
De repente
tudo se acalmou. Não existia mais vazio, nem mais febre e diante do Mago
castanho estava Luthien Tinúviel.
Luthien,
Filha de Melian, a Maia e do Rei de Doriath, Thingol. Por muito tempo ela permaneceu
nos palácio de Mandos para curar suas dores e sofrimento pela perda de Beren, o
maneta. Nienna, com o seu canto de lamento trouxe força ao seu espírito e
transformou a sua tristeza em sabedoria.
Ela havia
sido enviada de volta a Terra Média dos palácios de Mando pelos Valar, a fim de
auxiliar os povos na luta contra o mal que agora se levantara, pois ela junto
com Beren haviam lutado contra Melkor para recuperar as Silmarils e ela detinha
um poder herdado de sua mãe.
Então, diante
de Radagast estava aquela que poucos mortais haviam visto. Ela usava um vestido
azul com um cinto prateado, seus cabelos eram longos e escuros como a noite e
no fundo de seus olhos havia tanta sabedoria e encantamento obtidos nas longas
Eras de sua vida.
Ela
começou uma canção de beleza tão insuperável e de tamanho poder de
encantamento, que as feridas do Mago estavam sendo curadas e todo o mal que se
abatia sobre ele estava se dissipando. O Mago estava totalmente petrificado,
não ousava se mexer. Então, ela se abaixou, beijou-lhe a testa e disse:
- Salve Radagast, o Castanho! Que a graça dos Valar o proteja. - Sua voz era tão suave e
límpida. Ela o fitou e sorriu.
Enquanto Radagast
ouvia a voz suave de Luthien, ia ganhando força, até que uma linda canção
começava a surgir. Era uma balada conhecida, balada esta que vinha com o
vento... Então sumia... Voltava... Até que surgiu um feixe de luz próximo a uma
árvore e ficou rodeando-a, rodeando-a e entrou na árvore, como se fosse
consumida pelos troncos.
Houve uma pausa... E o tronco se abriu e de dentro da Árvore surgiu alguém que Luthien bem conhecia. Era Beren seu amado! Até Radagast que já vira muitas coisas nesta e em outras terras, se encantou.